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AOR, Hard Rock, Melodic rock

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ROCKIN' INTERVIEWS - UNS E OUTROS

Iniciando a nova fase da página, que vai tratar de rock nacional com maior frequência, trago hoje uma entrevista com Marcelo Hayena, vocalista da banda carioca UNS E OUTROS, considerada por este que vos escreve uma das bandas mais legais do rock brasileiro dos anos 80/90 e, por que não, dos dias atuais, já que estão na ativa com álbum novo e tocando Brasil afora. Marcelo foi gentil o suficiente para, em meio aos compromissos da banda, falar principalmente sobre o álbum ao vivo da banda lançado no ano passado de nome "Uns e Outros (Ao Vivo)". O álbum agrada bastante pela seleção do repertório da banda que tem mais de 30 anos de existência, pela ótima qualidade de gravação e também pela inclusão de belos covers de bandas consagradas. Marcelo é um cara de respostas diretas e não fica em cima do muro quando se trata de opiniões. O papo foi rápido, mas muito legal. Espero que gostem! (Denis Freitas)  



ENTREVISTA - Marcelo Hayena (UNS E OUTROS)

Fala Marcelo!  Primeiramente é um prazer poder ter o UNS E OUTROS na página, uma banda com uma bela história no rock nacional. Vocês lançaram no ano passado um ótimo álbum ao vivo que é um passeio pela carreira da banda, além de conter belos covers de bandas famosas como R.E.M., U2 e THE CLASH. Como tem sido a repercussão do álbum? 

Olá Denis. Pra gente também é um grande prazer falar com os leitores da BRM. A resposta do público tem sido a melhor possível. A gente sente isso nos shows e nas mídias sócias. Quem ouviu o CD Ao Vivo tem curtido bastante. As músicas autorais são um pequeno apanhado da carreira e as releituras são de bandas que influenciaram muito o trabalho do UNS E OUTROS. Ouvindo o trabalho, o fã entende um pouco mais da nossa sonoridade e do trabalho de composição.


UNS E OUTROS (2016) 
esq./dir.: Ronaldo Pereira (Bateria), Marcelo Hayena (vocal), Nilo Nunes (guitarra) e Gueu Torres (baixo)


É muito legal ouvir o UNS E OUTROS fazendo os covers e mostrando as influências da banda, que devem ser das mais diversas. Você acha que ainda falta ao rock e ao fã de rock abrir a mente para diferentes sonoridades? A discografia de vocês mostra vários estilos de rock - pop rock e algo de punk e hard rock.

Sim. Todas essas influências, todas esses artistas e bandas que escutamos ao longo desses anos formaram o que é a banda. Nos divertimos muito escolhendo as músicas que deveríamos colocar no repertório. Na verdade a essência de uma banda é a mistura das mais variadas influências. Ninguém é produto da influência de uma coisa só...Bem, exceto no caso das bandas de cover. Existem artistas que basta você escutar um só música, o resto é só mais do mesmo. Por um tempo até funciona, mas, com o passar do tempo, as opções de  "variações sobre o mesmo tema” acabam e isso pode ser o fim da linha, artisticamente.  

A qualidade da gravação está muito boa e o clima do show está muito legal, chegando às vezes a parecer gravação de estúdio. Vendo seus vídeos pela Internet, percebe-se que a banda é muito afiada, ensaiada e não seria o caso de fazer muitos ajustes na gravação ao vivo. O que você achou do resultado final?

Todos mundo está falando muito bem da sonoridade do CD. O segredo é somente uma boa captação do áudio. Não dá para fazer milagres com uma gravação de péssima qualidade. Escolhemos o Zezinho Almeida (que foi nosso técnico de som) para a gravação e ouvindo o áudio mesmo antes da edição e mixagem já sabíamos que ficaria bom. A edição e masterização ficou por conta do Paulo Jeveaux (que já havia nos produzido no “Tão Longe do Fim”). A edição foi feita no Monster Factory Studio em Newark/N J e a masterização no Optomagic no Rio. A mixagem feita pelo Alberto Vaz no Mix Machine em Nashiville/TN. Quando se trabalha com 3 profissionais desse gabarito, a única preocupação que se tem é ensaiar bastante. Foi o que fizemos e o resultado ficou excepcional.


Dos covers, os que mais me chamaram a atenção foram “Big Mouth Strikes Again” do SMITHS e na dobradinha “Notícias do Leste” / The One I Love” do R.E.M. , que estão matadoras. O trabalho de guitarras nesta última chama a atenção, assim como no cd em geral. Você costuma opinar na sonoridade das guitarras? 

Na banda não existe melindres. Tudo é feito, discutido e resolvido em prol do trabalho. Nos metemos e damos opinião em tudo mas, não existe uma palavra final, o que prevalece é o consenso mesmo. Toda parte instrumental é feita, refeita e ensaiada até a quase exaustão. Ensaiamos o repertório semanalmente mesmo quando estamos em turnê. Isso acaba fazendo a diferença. Erros sempre vão acontecer, isso é normal ao vivo, mas não por falta de prática. Nossa obrigação é tentar oferecer o melhor ao fã que vai nos assistir.

Marcelo, Paulinho Moska (época do INIMIGOS DO REI) e Bruno Gouveia (BIQUINI CAVADÃO) nos anos 80

É bastante óbvio falar que a letra de “Carta aos Missionários” ainda é bastante atual, haja vista os últimos acontecimentos pelo mundo. Lembro-me de vocês tocando esta música em diversos programas de TV no fim dos anos 80. É possível ver um vídeo no Youtube do UNS E OUTROS tocando no programa da Xuxa e chega a ser engraçado e irônico ver uma música com letra tão crítica e séria sendo tocada com crianças inocentes ao redor, brincando e pulando. O quanto ajuda e o quanto atrapalha ter todo aquele espaço na TV como as bandas do rock nacional tiveram nos anos 80/90? 

É claro que quando fazíamos participações nesses programas infantis e populares não tínhamos a pretensão que todos que nos assistiam entendessem a mensagem da letra. Mas, pelo menos, tínhamos a consciência tranquila que essas mesmas crianças estavam tendo contato muito cedo com uma música com um certo grau de conteúdo, coisa rara hoje em dia. Também sabíamos que não teríamos como nos apresentar em cada canto do país. Como o alcance da TV é gigantesto, era e ainda é um veículo importante para levar nosso trabalho até o fã que não tinha a oportunidade de nos ver ao vivo. Nos anos 80, na TV e nas rádios, nós abrimos o caminho para o rock nacional chegar a um público cada vez maior no país, nos anos 90 as bandas entenderam isso e aproveitaram muito bem, mas na virada do século as novas bandas abriram mão disso resolvendo levar seu som a um público mais “selecionado” e o resultado é esse que vemos. Acabou que esse “espaço vago” foi preenchido por uma música de péssima qualidade que diariamente é despejada em milhões de lares brasileiros. Mais engraçado e irônico agora é ver os programas de TV tomados por uma música que qualquer criança cursando a quarta série do primário faria melhor!!!!
Assista aos UNS E OUTROS no programa da Xuxa tocando "Carta aos Missionários" 

Estamos chegando ao fim do papo e gostaria que você comentasse o que quiser sobre as seguintes bandas:

THE BEATLES – Obrigatório
THE SMITHS - Genial
IRA – Eu quero sempre mais...
TITÃS – O Pulso ainda pulsa…
O RAPPA – Paz sem voz, não é paz, é medo...

Muito obrigado pelo seu tempo ao BRAZIL ROCK MELODY! Tem o espaço aqui para deixar seu recado sobre o momento atual da banda...

Galera, um grande abraço e aguardem, pois teremos alguma surpresas que estávamos devendo aos fãs do Uns e Outros. A gente se vê na estrada!!!

Visite e saiba mais sobre a banda:
Facebook oficial UNS E OUTROS

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Voltamos com tudo em 2016!


UNS E OUTROS

Esta semana uma bela entrevista com uma banda clássica do rock nacional: UNS E OUTROS. O vocalista Marcelo Hayena fala dos trabalhos atuais da banda e comenta fatos interessantes dos memoráveis anos 80 desses grandes missionários do rock nacional. (Perdão pelo trocadilho...



FLYING COLORS

E, em breve, quem também irá passar pelo BRM é o vocalista e guitarrista do FLYING COLORS, Casey McPherson. Falamos sobre o mais novo álbum da banda, o ótimo ao vivo "Second Flight: Live at the Z7", seu estilo vocal, algumas de suas influências e de Brasil. Em breve!