Olha que legal o que o BRAZIL
ROCK MELODY traz para vocês hoje. Ontem foi o dia do lançamento do novo CD
do GOTTHARD, “Bang!”, e hoje trago aqui uma entrevista exclusiva com o vocalista
da banda suíça, Nic Maeder. Neste
exato momento estou ouvindo o novo trabalho, mas ainda é cedo para comentários. O GOTTHARD é há pelo menos uns dez anos
uma das minhas top 5 bandas preferidas. A banda já era bem conhecida na Europa
nos anos 90 lançando belos trabalhos, mas em 2003 os suíços lançaram o
excelente “Human Zoo”, que foi para
mim o melhor álbum de hard rock daquele ano. Naquela época, pouca gente
conhecia o GOTTHARD por aqui. Dois
anos depois, seu saudoso e talentosíssimo vocalista Steve Lee estava em grande fase e nos brindou com uma performance memorável no fantástico
álbum “Lipservice” e no empolgante DVD/CD
ao vivo “Made In Switzerland”,
lançado em 2006. A banda então começava a ganhar novos fãs pelo mundo. Tive a
oportunidade de ver os suíços em São Paulo na turnê de “Lipservice” em 2006 e inclusive conversei com Steve e o guitarrista Leo
Leoni, ambos foram muito simpáticos. Desde o falecimento de Steve em 2010,
não consegui ouvir a banda da mesma maneira e confesso uma certa resistência em
ver e ouvir Nic Maeder ocupando o
posto de vocalista da banda. Seja uma forma de luto, saudosismo ou simples
preferência, foi apenas agora em 2014 com o lançamento do single “Feel What I Feel” é que consegui apreciar
sua qualidade como cantor. Há cerca de duas semanas entrei em contato com Nic para saber mais sobre o novo álbum
“Bang!” e seu início com a banda. Nic
pareceu tímido ou talvez estivesse apenas cansado, mas demonstrou simpatia. Espero
que gostem! (Denis Freitas)
ENTREVISTA - Nic Maeder (GOTTHARD)
Oi Nic, de onde fala?
Como vão as coisas?
Oi Denis, estou em
minha casa em Lugano. Estivemos ensaiando bastante para os próximos shows. São
oito da noite e agora estou descansando.
Eu estou falando de
uma cidade próxima a São Paulo...
Eu tenho grandes
lembranças de quando tocamos aí, aqueles shows que fizemos aí na América do Sul
foram meus primeiros shows com a banda. Quero muito voltar, estamos trabalhando
para isso.
Foi uma grande
responsabilidade começar pela América do Sul...
Sim (risos), na
verdade eu fiquei surpreso, pois os fãs conheciam as músicas novas, foi muito
especial.
Quando ouvi a nova
música “Feel What I Feel”, gostei bastante.
Parece o som clássico do GOTTHARD, o que você vê de diferente do álbum
anterior “Firebirth”?
Algumas coisas,
definitivamente nós experimentamos mais agora, nos permitimos ultrapassar as
fronteiras um pouco mais. E nos vocais nós trabalhamos esse álbum
especificamente para minha voz. Em “Firebirth”
nós tivemos que fazer tudo muito rápido e não nos conheciamos musicalmente
muito bem. Agora que já gravamos e fizemos turnê juntos, nos conhecemos bem
melhor. Usamos mais meus tons graves... O GOTTHARD
sempre variou sua sonoridade e agora nós fizemos ainda mais, provavelmente
fizemos algumas coisas que a banda não faria normalmente.
Vocês têm a faixa “Thank
You” de 11 minutos no álbum, algo bem diferente. Quais são os destaques para
você?
Sim, foi algo que a
banda nunca havia feito. Tem outra faixa como “Spread Your Wings” que é mais experimental. Acho que é difícil
dizer porque não há uma música que represente o álbum, elas são bem diferentes.
Gostei muito do vídeo
de “Feel What I Feel”. Como foi a gravação?
Obrigado. É sempre
divertido fazer essas gravações, mas é um longo dia. Você faz tudo em um dia,
fica até tarde e tem que parecer que não está cansado (risos), mas foi bom.
Todas as pessoas que estão no vídeo são fãs, assim como fizemos em “Starlight”. Nos divertimos e acho que ficou ótimo.
Onde foi gravado?
Foi em um prédio
antigo em Saint Gallen na Suíça.
Você foi o cara mais
sortudo no vídeo, ficou com a moça bonita do bar...
(risos) Na verdade,
ela é Miss Suíça. É uma história engraçada porque quando ela se tornou Miss
Suíça, o Leo era um dos jurados e foi como a conhecemos. Eles sempre brincavam
sobre fazer algo juntos um dia e então ela veio, foi legal (risos).
Você deve estar
cansado de responder isso, mas vi em algum lugar que seu processo de audição
para entrar na banda foi muito cansativo, com muitas viagens. O que tanto você
teve que fazer?
Eu estava morando na
Austrália, nasci na Suíça, e na época e um amigo nosso em comum me falou que
estavam fazendo audições para vocalista. Eu participei do processo do mesmo
modo que todos fizeram. Enviei três músicas com meus vocais.
Foram “Top of The World”, “Anytime Anywhere” e “Need to Believe”. Depois fui
para a Suíça tocar ao vivo com eles, fiquei alguns dias ensaiando e outro no
estúdio. E voltei novamente para então gravar músicas novas com eles, fiquei
duas semanas e fizemos quatro músicas que entraram em “Firebirth”. Voltei novamente para a Austrália, arrumei as coisas e
de volta para a Suíça novamente. Foram no total 8 semanas.
GOTTHARD 2014 |
Você conhecia a
banda? As músicas deles?
Eu conhecia a banda e
suas músicas. Vivi metade de minha vida na Suíça. Em 94 eu toquei com minha
banda em um festival no qual o GOTTHARD
era a banda principal. Naquele tempo a banda já era bem grande. Eles estavam na
turnê do “Dial Hard”.
Você alguma vez
considerou desistir? Pois substituir Steve Lee não é algo fácil...
Teve alguns momentos
difíceis, tivemos que lutar bastante. Eu acho que tivemos bastante sorte pelos
fãs terem apoiado tanto. Tenho muita sorte e me ajudaram bastante no primeiro
ano que foi muito difícil, muita pressão. O apoio dos fãs foi muito importante,
eu não conseguiria sem eles. Quando olho para trás, penso: “Como é que eu
consegui?” (risos) Mas trabalhamos tão duro, estávamos tão ocupados que não
tinha muito tempo para pensar nisso.
Quais são suas
influências como cantor?
Bem, eu cresci ouvindo
AC/DC, tinha 11 anos de idade e
ouvia no rádio e ficou comigo até hoje, ainda sou um grande fã. Bon Scott e Brian Johnson são grandes influências. Eu ficava cantando AC/DC desde jovem. Comecei a tocar
guitarra aos 13, ouvindo AC/DC,
ouvindo os discos, nos velhos tempos de discos e tentava fazer os riffs e aos
16, na Suíça, não conseguíamos encontrar um cantor que falasse Inglês, então eu
comecei a cantar porque eu falava Inglês (risos) e não parei mais.
Vendo daqui me parece
que o GOTTHARD é uma banda bem grande na Suíça. Mas como é exatamente? Pode descrever?
Sim, o GOTTHARD é a maior banda no país há
muito tempo, todos os últimos álbuns foram número 1. Somos mainstream aqui,
sempre estamos na mídia e querem saber com que eu dormi (risos). Sai um pouco
do controle às vezes, mas, sim, somos grandes aqui.
Vocês pretendem tocar
na América do Sul este ano?
Sim, temos planos,
estamos esperando por datas. Estamos trabalhando nisso. Tenho um bom pressentimento
que irá acontecer. Acredite em mim, principalmente porque foram os primeiros
shows que fiz com a banda, quero muito voltar, precisamos voltar.
Boa sorte com o novo
álbum e obrigado Nic!
Muito obrigado. Tudo
de bom e até mais!
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