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AOR, Hard Rock, Melodic rock

domingo, 30 de março de 2014

ROCKIN' INTERVIEWS - Jimi Bell (HOUSE OF LORDS)


Há muito tempo eu queria conversar com Jimi Bell, o grande guitarrista da banda americana HOUSE OF LORDS. Quando ouvi seu álbum de estreia com a banda, o excelente "World Upside Down" de 2006, fiquei impressionado com sua técnica e composições. Assim que soube que um novo álbum da banda seria lançado, o ótimo "Precious Metal", entrei em contato com Jimi que foi bastante atencioso e simpático. Confiram abaixo! (Denis Freitas)

ENTREVISTA

Oi Jimi, tudo bem? De onde você está falando?

Oi Denis, como vai? Estou em Wethersfield em Connecticut, que é próxima a Hartford, a capital.

Muito ocupado ultimamente?

Nunca estive tão ocupado em minha vida. Especialmente com o HOUSE OF LORDS e o MAXX EXPLOSION, tudo decolou.


Como está a cena musical em Connecticut?

Desde o começo dos anos 2000, muitas casas de show e clubes com música ao vivo fecharam. Tem sido difícil, eu sou um músico, não tenho outro emprego, ganho a vida com a música. Quando não estou tocando com o HOUSE OF LORDS, com o MAXX, ou fazendo trabalho de estúdio, tocamos em outras bandas, bandas de cover, mas é ridículo o número de casas que fecharam desde 2000. Porém, com o HOUSE OF LORDS eu não poderia estar mais feliz. Fizemos o Melodic Rock Fest no ano passado, mais alguns shows por aqui. Quando James veio fazer as sessões de foto aqui, fizemos um show e lotou, foi uma sensação bem legal. Parece que até agora os comentários sobre o novo álbum tem sido ótimos.

Confesso que não gostei muito do último álbum “Big Money”, mas achei o novo álbum tão bom que precisava falar com você. Como você compara “Precious Metal” com “Big Money”?

Vou ser honesto, com “Big Money”, tinha muitas coisas acontecendo em minha vida. Foram vários fatores, James estava com problemas de saúde quando estava fazendo a mixagem do CD e então ele não estava em seu melhor momento. Eu também não estava em um bom momento pessoal, eu não estava focado. Tive sete músicas naquele álbum e foi até muito, apresentei mais, porém não eram tão boas. Músicas de outros compositores completaram o álbum e quando ouço o “Big Money”, não fico satisfeito com os solos que fiz, não me dediquei tanto com os solos, fazia o solo e pronto. Neste novo álbum eu queria voltar melhor, sabia que estava em um momento e com estado de espírito melhor, apesar de também ter passado por problemas de saúde recentemente. Mas eu estava me sentindo bem, compondo bem e as músicas foram aparecendo uma atrás da outra.


Eu adoro o som do novo álbum, a produção, a mixagem, tudo soa balanceado. Vocês devem estar bem felizes com ele.

Meu Deus, sim. É meu disco favorito do HOUSE OF LORDS até agora. Até mais do que alguns dos antigos. Este novo é um clássico, grande som, grandes vocais. James sempre faz um ótimo trabalho nos vocais. Ele sempre faz coisas legais nas harmonias, mas neste tem muita coisa muito bem pensada. Demos uma virada no modo de composição com o novo álbum. Normalmente eu tenho uma ideia básica para uma música, vou até o B.J. e trabalho com ele e o Chris. Então enviamos para o James para que ele aprove ou trabalhemos na música. Neste álbum comecei a mandar músicas mais pesadas, mais rápidas e diferentemente do típico HOUSE OF LORDS e ele gostou de todas que eu mandei. Tem três ou quatro músicas que mudam o clima nesse álbum e normalmente tem apenas uma mais rápida. Como a faixa “Epic”, que é uma bela faixa de mudança de clima. Uma das minhas favoritas é “Swimming With The Sharks”. Essa música é uma faixa uptempo que muda o clima. Quando a escrevi, sempre fui fã de DEEP PURPLE e minha favorita deles sempre foi “Highway Star” e eu queria escrever uma música que fosse um tributo a ela, minha própria versão dela. Quando estou com minha banda tributo, eu não apenas faço o solo de Ritchie Blackmore, como também faço o solo de teclado de John Lord em minha guitarra. Então o solo que eu fiz nesta faixa tem elementos do solo que faço do John Lord em “Highway Star”. Minha favorita pessoal, eu adoro “Permission to Die”, eu adoro o refrão dela. O legal de “Precious Metal” é que tem músicas para todos os gostos.


Quando eu ouvi o álbum “World Upside Down” de 2006, gostei muito das guitarras. Eu ouvia seus riffs e até seu modo de se vestir no palco, sempre me lembrava de Tony Iommi (BLACK SABBATH). Foi apenas recentemente que descobri sua ligação com o BLACK SABBATH, Ozzy Osbourne e principalmente com Geezer Butler.

Sim, na época a vaga para guitarrista do Ozzy ficou entre eu e Zakk Wylde. Eu fiquei em contato com o Geezer e foi uma honra tocar com Geezer Butler, algo incrível, ele sempre foi meu baixista favorito. Quando ouvi Geezer ao telefone, meu coração disparou. Eu escrevi uma música que entrou no cd do BLACK SABBATH, mas não tive o crédito. Escrevi a música “Master of Insanity” para o álbum Dehumanizer. Geezer fez as letras. Dio voltou para a banda e eu recebi uma ligação da esposa de Geezer, Gloria. Ela me disse que eles iam gravar a música, eu fiquei super feliz. Mas então ela me disse que eu não teria os créditos, pois Tony Iommi jamais permitiria créditos para outro guitarrista no BLACK SABBATH. Foi algo muito triste, mas tirei como lição que eu deveria ter registrado os direitos sobre dela. Mas é tudo experiência. Quantas pessoas podem dizer que tocaram 5 músicas com o OZZY? Sabe? Toquei com Geezer, morei em sua casa, ficamos lá no porão. Então foi algo super legal, ele é ótimo, sua família é muito legal, grande experiência.


Como é para você trabalhar com James por todo esse tempo? Eu o considero uma das grandes vozes do rock como Sammy Hagar ou Coverdale...

Sim, sua voz é inacreditável. Ele é mestre em colocar a harmonia perfeita e a melhor linha vocal em tudo. James é perfeccionista. Em “Big Money” ele estava doente, mas fez o vocal muito bem. Poderia ter sido melhor, mas o estranho com aquele álbum é que entrou nas melhores cem da Billboard americana. Foi louco.

Como foi sua passagem pelo Brasil?

Eu ainda vejo alguns vídeos do show que fizemos no Brasil e quero muito voltar. Quero muito que alguém nos chame para uma tour por aí. Eu me diverti muito, mas não vi muita coisa, observei pelo avião e quero passar mais tempo. Se tiver alguém aí, por favor, leve a gente de volta para o Brasil! Teve até um bootleg desse show.

É verdade, fiquei na dúvida se era oficial, pois é bem feito.

Sim, nós não temos nenhum problema com isso, mas tem tanta coisa pela Internet. Eu mesmo incentivo as pessoas a filmarem e hoje em dia é comum. Não houve problema.

Vocês entraram em contato com a pessoa?

Sim, acho que eu e o James entramos, não houve ofensas nem nada, só queríamos os vídeos para poder vender no site. Chegamos a algum acordo, o James sabe melhor. Estou feliz que eu tenho uma cópia dele (risos). Foi um grande show, o com maior calor que eu já toquei, lembro que eu suava como louco no palco, mas, meu Deus, os fãs foram ótimos. Foi maravilhoso.

Obrigado Jimi e boa sorte com o novo álbum!

Espero voltar para o Brasil e encontrar os fãs. Obrigado e nos falamos em breve!


Um comentário:

  1. Muito boa a entrevista, também gosto muito desse guitarrista! parabéns!

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