Eis outra banda que vem se destacando já há um bom tempo no AOR europeu e mundial, WORK OF ART. Com dois belíssimos álbuns e prontos para lançar o terceiro, essa banda oriunda da Suécia ( mas que país para ter bandas fantásticas não?!) com certeza trouxe muita qualidade para o estilo que por vezes sofre com um grande número de bandas sem tanta habilidade e criatividade e que acabam "inchando" o mercado de certa forma. O grande compositor e guitarrista do WOA, Robert Säll, falou para o BRAZIL ROCK MELODY sobre o começo da banda, sua sonoridade, bem como deu detalhes do novo álbum que será lançado ainda este ano. Robert mostrou ser um cara muito bem humorado e me atendeu com simpatia. Espero que gostem! (Denis Freitas)
ENTREVISTA
É um prazer falar com você. Tenho certeza que o WORK OF ART é apreciado por muitas pessoas aqui no Brasil. O que você fazia antes de formar a banda?
Obrigado, a honra é toda minha! Éramos apenas adolescentes quando formamos o WOA, então eu realmente não tinha feito muita coisa até então. Eu tinha minha própria banda antes disso, mas nós não eramos grande coisa. Eu cresci na parte de Estocolmo onde não havia muitas pessoas da minha idade que tocavam um instrumento, mas eu reuni os poucos que realmente sabiam como tocar e os fiz tocar minhas músicas. Eu acho que você pode dizer que eu tinha uma pequena ditadura acontecendo lá, mas eles foram gentis o suficiente para aturar a mim e minhas músicas, Deus os abençoe! De qualquer forma, o primeiro conjunto de músicas do WOA veio a partir desse período que deve ter sido por volta de 1990-1991.
Robert Säll |
Eu li que nas primeiras fases da formação da banda você não tinha certeza se deveria gravar com Lars Säfsund nos vocais e quase tiveram outro vocalista. Devo dizer que fiquei bastante surpreso com isso, pois acho que ele é um grande cantor e tem uma excelente voz. Quanto disso é verdade?
Não é inteiramente verdade. Nunca ouve outro cantor e foi por isso que decidimos colocar a banda em espera depois que terminamos os estudos. Naquela época, Lars apenas tocava teclado no WOA e realmente ainda não levava a sério cantar. Alguns anos se passaram e Lars começouo a cantar para valer, mas eu realmente não sabia disso, eu fiquei relutante em ter o nosso tecladista cantando. Pensei que pelo menos deveria procurar e ver se existiam cantores "adequados" por aí. Mas assim que eu ouvi Lars cantar, tudo isso mudou. E ouvindo novamente as primeiras gravações, você pode realmente perceber como ele evoluiu então. Hoje eu não consigo pensar em nenhum melhor cantor para o WOA. Seus vocais e musicalidade são ouro puro. Um talento raro.
Primeiro álbum - "Artwork" (2008) |
Qual era a ideia inicial quando formaram a banda? É claro que podemos notar a influência do TOTO, mas já havia bandas na Suécia como STREET TALK fazendo algo semelhante. Dito isto, vocês quiseram na época trazer novamente o AOR dos anos 80 ou houve algum outro propósito, como modernizar o som um pouco e expandir musicalmente?
Na época que começamos, eu não estava realmente ciente de qualquer uma das outras bandas suecas. E nós realmente não pensávamos muito sobre isso, só queriamos escrever grandes canções e nos divertir tocando. No início, a influência do TOTO não era tão óbvia no entanto. Era um pouco mais pesado, tinha um pouco de influências do GIANT e do WHITESNAKE, digamos. Lars realmente não queria muito esse som, é por isso que ele deixou a banda logo após as primeiras gravações. Até que eu comecei a mandar canções como "Why do I?" e "Camelia" para ele, que ele pulou a bordo novamente. E sim, no momento em que terminamos a demo que nos levou a assinarmos com a Frontiers Records em 2007, que, de fato, sentimos que era hora de trazer de volta o AOR dos anos 80, mas com uma sonoridade um pouco mais atualizada e moderna.
"Why do I?" Live in Stockholm
Acho que foi o nosso baterista Herman, mas eu realmente não me lembro. Faz mais de 20 anos agora, meu Deus, o tempo voa quando você está se divertindo!
Sobre o último álbum, o que "In Progress" difere do primeiro "Artwork"? Além disso, você acha importante adicionar novos elementos e surpreender os fãs quando lança um novo álbum?
Com "In Progress" nós queríamos levar a produção e nossas habilidades tocando e cantando para um nível mais elevado. Acho que conseguimos fazer isso, mas em termos de músicas, eu acho que o "Artwork" está no mesmo nível. E colocar algumas surpresas é sempre bom, mas musicalmente, tentamos permanecer fiéis ao nosso som e não nos desprendemos muito dos nossos registros anteriores.
Segundo álbum - "In Progress" (2011) |
Ainda sobre o último álbum, a faixa "The Great Fall", por exemplo, tem um solo de hard rock quase pesado demais para o WOA, mas que soa ótimo! Existem planos para mostrar um lado mais pesado da banda?
Na verdade não, mas sempre haverá elementos mais pesados em nossos álbuns. Recebo muito esta pergunta, mas, sobre mudar nosso estilo para uma sonoridade mais pesada, eu não acho que isso seria verdadeiro para nós e não iria funcionar muito bem. Na verdade, estamos no lado mais suave do leque sonoro do AOR, mas já há tantas outras bandas hoje que fazem esse estilo mais pesado de AOR e o fazem super bem, então eu não acho que WOA precisa ir para esse caminho. Dito isto, pessoalmente, eu adoraria gravar algumas de nossas coisas antigas e mostrar esse lado mais pesado da banda. Talvez umas 6 ou 8 músicas em um disco bônus ou algo assim. Porém, duvido muito que o Lars toparia fazer...
Vídeo oficial de "The Great Fall"
Quando será lançado um novo álbum do WOA? Você poderia nos contar sobre as novas músicas?
O novo álbum está em sua fase final de gravação e será lançado no Outono deste ano. Foi um pouco diferente desta vez, pois esse é o álbum que eu deveria ter produzido para o Bobby Kimball (TOTO) há 2 anos. Mas como era impossível para o Bobby encaixar estas gravações em sua agenda lotada e, ao mesmo tempo, a Frontiers Records ficava pedindo um novo disco do WOA, pensamos, por que não lançar este álbum nós mesmos? Fez sentido por conta do tempo e Bobby foi gentil o suficiente em "devolver " o álbum para nós. Então, em termos de estilo das novas canções, há algumas mais suaves, uma vez que foram compostas com Bobby e seu público-alvo em mente. Mas eu escrevi algumas músicas novas com um ritmo um pouco mais rápido para fazer um pouco mais a sonoridade do WOA. Então, por causa disso, o processo de fazer o álbum foi um pouco diferente.
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Grande banda! Os 2 albuns da banda são belíssimos! Lars Säfsund canta demais! Vale a conferida!
ResponderExcluirCom certeza Alex, vale muito e obrigado por prestigiar!
ResponderExcluirAcho que hoje, é minha banda favorita! Bela entrevista!
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