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AOR, Hard Rock, Melodic rock

sábado, 10 de agosto de 2013

ROCKIN' INTERVIEWS - JOHN BILLINGS


Uma das coisas mais legais de estar em contato com músicos de todas as partes do mundo é descobrir fatos curiosos e ter a possibilidade de repassá-los ao público. Ao conversar com o músico americano John Billings, que já tocou com RICK SPRINGFIELD, descobri uma pessoa muito simpática e que adora o Brasil, até porque já esteve aqui e conheceu várias cidades! Aproveitei a ocasião em que entrevistei o baixista sobre o álbum “Flying high”, do projeto de melodic rock/aor LANESLIDE, para saber mais sobre sua passagem por nosso país e sobre a época em que tocou com RICK. Prepare a caipirinha ou o cafezinho e tenha uma boa leitura! (Denis Freitas)

ENTREVISTA

Oi John! Eu sei que você trabalhou com DONNA SUMMER e RICK SPRINGFIELD, mas você poderia contar um pouco sobre sua história como músico?

Eu mudei de Los Angeles para Nashville março de 95. Rapidamente fiz o teste e consegui a vaga com a Donna Summer. Coincidentemente, o primeiro lugar que fomos foi uma excursão para o Brasil! Foi a viagem mais incrível da minha vida. Fomos até a costa e foi a maior aventura que eu já tive, de fazer música e ganhar a vida ao fazê-lo. A partir daí eu fiquei com Donna mais 16 anos, mas ao longo do caminho, nos momentos em que ela não estava em turnê, eu trabalhei com outros artistas. Alguns eram artistas de música country como Wynonna, Tanya Tucker e Chely Wright, mas, eventualmente, para alguns artistas pop como RICK SPRINGFIELD e Micky Dolenz do Monkees.Também há 14 anos eu trabalhei em Nashville com uma família chamada Wooten Brothers. A partir desse trabalho, eu tive que me esforçar musicalmente e tecnicamente até onde eu  pensava que não poderia chegar. Nos últimos 18 anos, eu tenho tido o incrível privilégio e sorte de substituir outros baixistas com outros artistas, gravar e produzir no estúdio e até comecei a entrar no mundo do vídeo. Tem sido uma jornada incrível!

Eu sei que você veio algumas vezes para o Brasil com Donna Summer. Você chegou a ver algum show de música brasileira por aqui? Quais são as melhores recordações que você tem?
John com Donna Summer

Quando fui pela primeira vez ao Brasil, em abril de 1995, um trompetista de jazz local chamado El Buho me deu um nome e número de um "amigo" que tinha no Brasil. Ele disse que eu deveria procurá-lo, sair com ele e fazer alguns shows e me conectar. Eu me senti um pouco estranho em chamar uma pessoa aleatória para sair em um país que eu nunca visitei, então eu simplesmente nunca entrei em contato. No final da minha estadia, eu comentei isso com a nossa intérprete, que me perguntou quem era este artista brasileiro. Eu disse, "um cara chamado, Milton. Milton Nascimento?" (risos). Você deveria ter visto a cara dela, foi impagável. Quando ela explicou quem Milton era, eu fiquei em choque. Que erro foi não ter entrado em contato com ele! Quando cheguei em casa, claro, fui e ouvi algumas de suas músicas e, nossa!, o cara é incrível!. Eu gostaria de ter sido mais corajoso!
Viajar com Donna Summer naquele momento nos proporcionou oportunidades incríveis para experimentar muito da cultura. Tivemos apresentações, jantares com bailarinos e músicos, me aventurei e descobri música ao longo do caminho. Nos Estados Unidos, um pandeiro é tocado de forma muito simples, com acentos na segunda e quarta, ou oitava nota durante uma seção de uma música para mudar a vibração rítmica. Uma noite, trouxeram um cara nos bastidores em São Paulo e eu o vi fazer coisas com um pandeiro que me impressionaram! Ele era uma seção rítmica inteira!
A cultura, as pessoas bonitas, a natureza amigável de todos ... eu nunca experimentei isso em qualquer outro lugar. Ir para a estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Andar em Ipanema. Beber caipirinhas! Ver Capoeira, pela primeira vez, tão perto que você podia sentir o vento. Estar em um pequeno barco no rio Amazonas, em Manaus, onde as águas pretas e marrons não se misturam, andar em cima das duas correntes que se interceptam. Macacos pendurados ali para fora no nosso restaurante. Ter o dia de folga em Fortaleza e o Hotel Marina Park e passeios de barco para o grande navio abandonado ao largo da costa. Ter o meu quarto inundado pela chuva durante nossa estadia em Recife. A água estava no meu banheiro! Procurar a academia de Jiu -Jitsu Gracie com Nara Pinto (nossa intérprete), em São Paulo. As pessoas abertas e amigáveis que conheci todos os dias. Memórias que vou ter para sempre e definitivamente não será a última vez que experimento o Brasil. Voltarei na primeira chance que tiver!

Você tocou com RICK SPRINGFIELD. Você acha que existe um certo preconceito contra ele por ser um ator de sucesso. Sempre o achei um grande compositor e músico...


Rick é antes de tudo um escritor e músico. Se você ler sua autobiografia, ele conta a história de quando tornou-se um ator. Vale a pena ler! A tragédia é que eu acho que ele não foi reconhecido tão bem como um músico por causa de sua carreira de sucesso como ator. Mas você tem que lembrar que quando ele lançou Jessie's Girl, foi GIGANTE. Ele foi grande na época, pela popularidade da música e seu papel como ator em uma novela muito popular. Foi um ano fantástico viajar com ele e com a banda. Eu amei esses caras e consegui conhecer alguns de seus dedicados fãs também. Ele é um compositor genial e ainda melhor pessoa, sempre conectado muito fortemente com sua banda e seus fãs.

John na época em que tocou com Rick Springfield por volta de 2004
Quais são seus músicos e bandas favoritas no Rock? Que banda gostaria de fazer parte?

Pergunte a qualquer músico quais são seus músicos favoritos e você vai receber de volta uma longa lista muito complicada de pessoas. Tal como acontece com todos os músicos, eu já passei por tantas fases de ouvir diferentes artistas e gêneros... Mas um bom barômetro do que alguém está curtindo é descobrir o que está em seu computador ou smart phone. Olhando nos meus, aqui vai ...
Desde cerca de 2007-2008, comecei a mergulhar cada vez mais em Nine Inch Nails. Depois que "With Teeth" foi lançado, eu fiquei viciado! Eu ainda tenho esse CD pronto para ouvir em qualquer lugar e muitas vezes coloco quando eu preciso me sentir "pra cima" e animado. Eu iria caminhando de Nashville para Los Angeles só para tocar com Trent Reznor! (risos) 

John com o projeto de melodic hard rock LANESLIDE (2013)
Eu também voltei a apreciar a época de "Wings" de Paul McCartney. Grandes músicas e muito boa de produção. Essa é outra banda que eu gostaria de estar: em pé no palco com ele tocando o repertório dele e dos Beatles. Eu invejo Rusty Anderson e Brian Ray, serem capazes de estar lá, noite após noite com Paul!.
Como um baixista, eu tenho e sempre terei um amor profundo pelo R & B, soul e funk. Bootsy Collins, Tower of Power, Cameo, Ohio Players, Rick James, Slave, Earth, Wind and Fire, Prince, The Time, Larry Graham, Sly Stone, Chic, The Commodores, toda a era da música e músicos. Eu também cresci ouvindo exclusivamente o rock. A razão de eu tocar baixo é porque eu amava Gene Simmons (KISS)! Então, quando minha técnica ficou melhor eu comecei a curtir cada vezr mais rock progressivo como YES e RUSH. Jazz moderno também era algo que eu amava com Return to Forever, Allan Holdsworth, Scott Henderson, Jaco Pastorius, Stanley Clarke, Marcus Miller e Will Lee.
Hoje eu estou mais na música do que nos músicos, mas de vez em quando eu ouço um novo jovem baixista por aí que me deixa animado e me faz querer voltar a praticar!

Hoje John Billings está envolvido em diferentes projetos, além de tocar com o LANESLIDE, o músico também faz parte da banda The Monkees, que está atualmente em turnê pelos EUA.

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