Na segunda parte da entrevista com o vocalista do Auras, Gui Oliver, aprofundamos na sonoridade de "New Generation", nos aspectos da gravação, influências, nova formação e, claro, falamos sobre o novo cd, ainda sem título. Espero que gostem! (Denis Freitas)
ENTREVISTA PT. 2
SOBRE A GRAVAÇÃO DE "NEW GENERATION"
Como foi ter o primeiro cd da banda masterizado por Dennis Ward (Pink
Cream 69)?
Bem, ele teve que mexer umas 10 vezes em cada música. Foi o
primeiro cd que a gente gravou, foi meio complicado, acho que o Dennis teve que
trabalhar um pouco mais, pedíamos vários ajustes, enchemos bastante o saco dele
(risos). Foi estressante, vários emails... Você tem um deadline para entregar o
cd, tínhamos uns 3 meses e somente 4 músicas prontas. Tivemos que fazer 12
músicas, não sei como fizemos, mas precisamos fazer todas as músicas no estúdio
enquanto gravávamos as primeiras, foi uma loucura. Era fazer uma música e
gravar no dia seguinte. Então entregamos o cd e levou uns quatro meses para
sair...
Quem está de fora muitas vezes não sabe o quanto é trabalhoso...
Na hora que você recebe o trabalho, você pensa: “puxa que legal”, depois
de tanto esforço... Por exemplo, a capa do cd foi feita por um alemão. O cara
nos enviou a primeira versão da capa e parecia uma capa estilo Doom Metal. Ele
fez a capa do Pink Cream e várias bandas legais. Quando vimos, pensamos: “cara,
não pode sair com essa capa”, tem que mudar, então enviamos o logo para ele com
a ideia que queríamos e pedimos que saísse do jeito que está hoje.
BEAUTY OF DREAMS - VÍDEO
O clipe de "Beauty of Dreams" ficou bem simples, mas muitas
pessoas de outros países comentam positivamente a música no YouTube...
É, o clipe é meio tosco (risos), mas é que nós recebemos uma quantia da
gravadora para gravar tudo e também para bancar o vídeo. Só que gastamos
praticamente tudo com estúdio para fazer um cd de qualidade e, quando
percebemos, tinha sobrado pouco para fazer o clipe.
VOZ E VOCAL
Muita gente acha, inclusive eu, que sua voz é bem parecida com a de
Kevin Chalfant (The Storm). E também, em alguns momentos, sua voz me faz lembrar
de vocais de um estilo mais heavy melódico, como a voz do André Matos. Já cantou esse
estilo?
Até minha mulher acha (risos), mas não é proposital, conheci o cara
depois que comecei a cantar. Foi o Tilly, do Silent, que me mostrou o The Storm e falou que eu
cantava igual ao Kevin. Nunca cantei melódico, gosto do cd solo do André Matos,
o "Mentalize", o
primeiro do Shaman é bem legal, teve uma época que todo mundo gostava de
melódico, Helloween...
A SONORIDADE DE "NEW GENERATION"
O cd não tem muitos solos longos, foi proposital? Pergunto isso porque o
Auras faz um estilo tipo Journey, que tem solos mais longos e marcantes...
Não foi nada proposital, a gente achou que era suficiente. Talvez seja
assim no Journey porque o Neal Schon
que compõe e, em nosso caso, os solos ficaram mais com o Matheus. Como eu e o
Ferpa somos os compositores, direcionamos mais para a música e os arranjos.
Também não foi nada proposital, mas acho que faltou algo assim. Vimos
tudo que fizemos neste cd e estamos tentando fazer diferente agora, mesmo
porque a gente amadureceu, aprendemos. Outro ponto foi que não tivemos muito tempo
para pensar, então talvez tivesse músicas diferentes, mas, por outro lado, não
ter um deadline faz com que você fique mexendo muito na música, o que pode ser
um problema.
"New
Generation" – Uma letra bem positiva, meio introspectiva, do que se trata
exatamente? Tem referências ao Journey aqui quando você canta “The
Journey goes on...”, não?
ALGUMAS FAIXAS COMENTADAS
"Forgive
and Forget" – Começa com uma levada bem melódica até o refrão, então
depois vem um piano meio “festeiro”, a la Journey, com uma mudança de
ritmo bem diferente, como surgiu isso?
Foi
proposital mesmo, tipo, vamos fazer um rock and roll no meio aqui, até acho que
poderia ter ficado melhor aquela parte, mais grandiosa, mas queríamos uma coisa
diferente e deu certo. Muita gente gosta dessa música.
"Reach
Out" – Que refrão!
gruda... e os teclados são o destaque aqui também.
Então,
essa, justamente, eu não gostei muito do jeito que ficou, prefiro a
versão das nossas demos. Mas pode ser que eu me “injuriei” com a música
(risos). Foi a segunda música que fizemos, a primeira foi “Hungry Hearts”.
Live |
É, a
letra de “New Generation” foi uma das mais legais, tem algo tipo “estamos
aqui para fazer nosso som”, sei lá, e na verdade a nova geração tem
que surgir mesmo e não só a gente. Tem várias bandas legais surgindo. Nós
ficamos “refém” das mesmas bandas antigas, é claro que elas têm seu valor, mas
precisamos de gente nova.
"That’s the Way Love Goes" – Isso
é Toto puro não?
Sim
(risos), foi uma homenagem mesmo. Eu e o Fernando fomos ao show deles em São
Paulo e saímos de lá com a ideia de fazer uma música homenageando os caras,
eles são muito bons. Todo mundo fala que é "bem Toto", mas é Toto mesmo (risos).
ASTROS DO SURVIVOR E TOTO GRAVAM AURAS
A banda esteve um
pouco “sumida”...
A gente ficou em hiato com a banda, mas pouca gente sabe que tem uma
música nossa no cd do Fergie
Fredericksen, a “Lying Eyes”. A Frontiers
sempre pede música para outras bandas e pediram para gente, essa música é do Auras, todos os instrumentos e os
backing vocals nós que fizemos. Exceto a bateria, que mandamos eletrônica e
eles gravaram lá. Também tem outra música nossa no projeto Kimball/Jamison, a “Hearts Beat Again”. É muito legal,
quando escutei os caras cantando nossa música foi muito louco.
Quem está na banda atualmente?
Matheus Brandão continua na guitarra, o Hemerson Vieira (baixo) também. O
baterista mudou, entrou o irmão gêmeo do Matheus, que é o Thiago Brandão.
Estamos com outro tecladista, o Ronaldo Júnior, eu o Ferpa.
Como estão as gravações para o novo álbum?
O Ronaldo entrou nos teclados agora, estamos tentando manter o nível das
coisas que o Felipe fazia. Duas músicas estão prontas e a terceira estamos
finalizando. Estamos fazendo coisas diferentes nas músicas, temos várias demos
gravadas e vamos mexendo.
A gente não pode fugir muito, mas queremos fazer algumas coisas mais
diretas, ainda não conseguimos (risos). Filtramos
algumas coisas, como por exemplo, a duração das músicas que ficaram um pouco
longas no primeiro. Na música
nova “Find a Way” tem um riff de guitarra bem pesado no início, não parece a
gente no começo. Já mandamos para o Serafino (Frontiers) e ele gostou.
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