Completando 15
anos de estrada, esta grande banda de Rock/Metal Progressivo de São Paulo não dá
sinais de cansaço e aos poucos vai conseguindo cada vez mais espaço no cenário
da música pesada nacional e internacional. Seu terceiro álbum, No Place to
Hide, teve ótima repercussão gerando comentários na mídia especializada do tipo: “(...)
um dos melhores lançamentos do ano”, “(...) “Thiago se destaca como um dos
melhores novos vocalistas do metal.”, ou ainda, “(...)Alex Andreoni, um dos top
guitarristas rock/metal do Brasil”. O álbum também foi destaque no jornal O
Estado de São Paulo, onde, segundo a matéria, “SANTAREM revigora o metal
paulista”. O BRM conversou com o guitarrista Alex Andreoni para saber mais da
história da banda e das novidades. Espero que gostem! (Denis Freitas)
Como tem sido a
repercussão do último trabalho “No Place To Hide”? De que parte do país vocês
percebem maior interesse pela banda? E no exterior, tiveram boas críticas?
Recebemos ótimas
críticas das principais revistas e sites especializados, “No Place to Hide” fez
parte do seleto grupo dos vinte melhores álbuns do ano, sendo indicado ao Prêmio Dynamite de Música
independente 2012 ao lado de bandas como Sepultura, Dr. Sin e Almah. Recebemos contato de fãs de todas as partes do Brasil,
desde as capitais até pequenas cidades do interior. É claro que por sermos uma
banda paulistana, nossa base de fãs acaba sendo maior em São Paulo e na região
sudeste como um todo. Porém, em virtude do alcance das redes sociais,
ultimamente tivemos a grata surpresa de recebermos muitos contatos de fãs da
região norte e nordeste. Já no exterior, temos notícias de ótimas críticas em
blogs dos EUA, Alemanha, Italia e até no Japão, isso sem contarmos os contatos
individuais de fãs que sempre nos escrevem elogiando nosso trabalho.
No primeiro
registro de vocês, o EP “Downtown
Station”, a banda soava mais “setentista”, mais para o rock progressivo com
influêcias de hard rock. Após a saída do baterista e vocalista originais, a
banda passou a soar um pouco mais “metal progressivo”. Vocês concordam? Foi
este o motivo da saída de Fernando
Witcoske e Guilhereme Mistretta?
O que eles fazem atualmente? Vocês são amigos de
infância, certo?
Sim, nosso som
acabou ficando mais direto, um pouco mais metal, com certeza os novos
integrantes influenciaram bastante, pois todos nós compomos juntos, sempre
preferimos não trazer músicas inteiras prontas. Gostamos de compor como banda,
todos juntos. Nosso antigo vocalista, Guilherme Mistretta, saiu por motivos
pessoais mesmo e o baterista Fernando Witcoske saiu sim por diferenças musicais,
pois ele buscava um som mais raiz, mais blues, menos prog e menos metal. Atualmente,
Guilherme Mistretta canta em bandas profissionais de eventos e voltou com sua
primeira banda rock ‘n’ roll na zona norte de São Paulo. O batera Fernando
Witcoske toca blues com sua antiga banda B12 e também formou outra banda que
tocava versões de Eric Clapton, Beatles, Hendrix, etc. Ainda hoje temos muito
contato. O Fernando é meu amigo desde os 12 anos de idade e
o Guilherme é meu primo, sempre nos encontramos e damos
boas risadas.
O vocalista Thiago Scataglia é bastante
influenciado por hard rock e metal, mas se adaptou muito bem ao som da banda.
Como foi a entrada dele para a banda? Ele (ou a banda) sentiu alguma
dificuldade de adaptação?
Fizemos uma
seleção pelo site da banda, disponibilizamos uma música nova instrumental, os
candidatos tinham que criar a melodia, a letra, gravar e enviar para a banda. Recebemos
mais de trinta gravações de todo o Brasil, pudemos analisar timbre de voz,
afinação, criação, energia, etc. Depois fizemos umas jams com três finalistas e
escolhemos o Thiago Scataglia. Quanto à adaptação, foi mais tranquilo do que esperamos.
Ele sempre demonstrou grande integração com a banda desde o inicio e também é
muito receptivo à ideias. No Santarem todos opinam em tudo (risos). Se o cara
não tem cabeça aberta, não funciona no Santarem! Por isso rolou muito bem com o
Thiago.
Talvez o fato
do Santarem não usar teclados é que dá uma certa originalidade ao som da banda.
Contudo, muitas das bandas do estilo fazem uso de teclados em suas músicas. Já
pensaram em utilizar este instrumento? Por que não utilizam?
Eu particularmente
gosto (e toco) muito de teclado e até de uma segunda guitarra, mas acho que é
uma característica do Santarem mesmo. Desta forma o baixo se torna mais
importante e acaba tendo muito destaque no som da banda. Sem dúvida ficamos
mais personalizados. É só ouvir U2 do início, Audioslave, Led Zeppelin também
em seu início. O baixo aparece bastante e eu também gosto muito disso.
Apesar de
ouvirmos influências de diversos guitarristas e bandas no som das guitarras,
percebe-se um estilo bem similar às guitarras de Alex Lifeson (Rush), você
concorda? Quem é o guitarrista que mais te influencia?
Sim, concordo,
porém tenho influência de alguns outros, alguns mais diretamente e outros de
forma menos explicita. Minhas principais influências são (sem ordem de
preferência): Steve Rothery (Marillion), David Gilmour (Pink Floyd), Joe
Satriani, Jimmy Page (Led Zeppelin),
John Petrucci (Dream Theater), Alex Lifeson (Rush), Eddie Van Halen, The Edge
(U2), Andy Timmons e sem dúvida os brazucas Kiko Loureiro e Edu Ardanuy.
O som do
Santarem é bastante voltado para a guitarra, que “manda” nas músicas. Para quem
não vive o dia-a-dia da banda, pode-se concluir que você é quem comanda o
direcionamento das músicas e da banda. É isso que ocorre? Quais as dificuldades
de liderar?
Mais ou menos,
muitas partes de guitarra são criadas também pelo baixista Guilherme Furlan, ou,
às vezes, eu crio uma linha de baixo e vou experimentando guitarras diferentes
em cima, daí todos da banda opinam sobre o que soa mais legal. A liderança no
Santarem é bem simples, A MÚSICA LIDERA!!! Falamos abertamente quando gostamos
ou não gostamos de algo e ninguém fica melindrado. Se crio um solo “lindo” e
alguém da banda acha que está “horrível”, eu sou o primeiro a apagar tudo e
penso em outra coisa imediatamente até que todos estejam 100% satisfeitos.
Você fez aulas
com um dos melhores, ou, o melhor guitarrista do Brasil, Edu Ardanuy. Porém, não percebo muitas
influências dele em sua forma de tocar. Por exemplo, a velocidade em solos não
é uma coisa que você prioriza e Edu sempre se destacou neste quesito. Você
parece se preocupar mais com temas e melodias e suas músicas são mais “meio
tempo”. É correta esta leitura?
Gosto de coisas
rápidas na linha Satriani por exemplo. Não curto muito criar solos com muitos arpegios. Meu
gosto pessoal para solos está mais para Steve Rothery, David Gilmour e Satriani,
mas sou muito fã dos solos do Edu Ardanuy. Tenho quase todos os solos dele na
cabeça (e em arquivos Mp3). Isso mesmo, só o trecho dos solos das músicas. O
Edu tem um bom gosto pra solos fora do comum!
Em 2002 era
para vocês abrirem o show do Yngwie Malmsteen, mas ele decidiu de última hora
que não haveria banda de abertura. Isto não estava em contrato? Como aconteceu
exatamente? Deve ter sido bem frustrante e só reforça a má reputação dele não?
Não tínhamos
contrato oficial, fomos convidados a tocar através do nosso agente na época e não
pagamos nada. O cancelamento foi frustrante mesmo. Era uma ótima exposição para
banda, mas a confusão começou no show do Malmsteen no sul, a galera de lá
gritando “Bin Laden”, ele ficou puto com os brasileiros e daí o resto da tour
foi uma confusão só.
O mercado
mundial e brasileiro para o hard/heavy está bem enfraquecido, as bandas já não
vendem mais tantos cds devido aos downloads e a quantidade de bandas na
Internet é imensa com todas as facilidades de divulgação e gravação, fazendo
com que poucas pessoas parem para ouvir um cd inteiro e curta como antigamente.
Outro ponto é o fato de que o estilo de música de vocês é bem restrito. Como
fazer, em tempos tão difíceis para as bandas, para que a banda sobreviva,
continue gravando e aumente sua base de fãs? Vocês tem um planejamento? Um
projeto para o futuro da banda?
Desde nosso
primeiro contrato com a gravadora Die Hard Records eles foram bem claros: “O
som de vocês é demais, o show de vocês é demais, mas não sabemos o que fazer
com vocês. O som do Santarem é muito personalizado, muito “Santarem”. Por aí deu pra perceber que a gravadora não
sabia como divulgar a banda. Saímos em todas as revistas metal disponíveis, em diversos
sites, entrevistas em rádio, mas a gravadora achava que estávamos “acima” de
tudo isso e que deveríamos estar na TV, nas rádios, na MTV, mas isso não ocorre
sem um investimento forte, algo impossível para uma gravadora pequena. Atualmente
estamos trabalhando com um novo empresário, o Edu Firmo, que iniciou um ótimo
trabalho e as coisas estão voltando a acontecer para o Santarem. Em relação ao
mercado, eu penso que sempre será necessário um grande investimento para uma
grande banda decolar mesmo. Antigamente, uma grande gravadora investia alto na
gravação, produção e divulgação de um grupo. Hoje podemos gravar nossos próprios
discos, mas é necessário investir num ótimo videoclipe, na filmagem de um ótimo
DVD/Blu-Ray, em divulgação, e, infelizmente, por vezes, ter que pagar para
abrir shows. Além disso, não temos mais as pequenas gravadoras que obtinham
algum lucro na venda de CDs. Nosso projeto para o próximo álbum é lançar o CD e
um DVD/Blu-Ray (um pacote) e divulgar inicialmente o álbum com vídeo-clipes (já
temos um ótimo diretor de comerciais que entrou em contato conosco propondo a
filmagem/edição de vídeo-clipes)
Vocês lançaram
seus álbuns pela MegaHard e Die Hard, quem financiou o último álbum? Vocês
tiveram álbuns lançados no exterior?
O último álbum foi
lançado e distribuído pela Die Hard Records, nossos antigos parceiros desde os
tempos do lançamento do nosso primeiro álbum “Santarem”. A MegaHard foi a
responsável pelo lançamento e distribuição do nosso segundo álbum, o “Downtown
Station”. Os dois primeiro álbuns foram distribuídos no exterior, sendo
disponibilizados em lojas físicas e em diversas lojas web na Alemanha, Japão,
Holanda, etc.
O atual álbum “No Place To Hide”, apesar de não ter sido lançado no exterior, está disponível para venda nos principais sites internacionais, tais como Amazon, CDBaby, Emusic. No Brasil, a venda online está disponível na loja virtual da Die Hard Records.
O atual álbum “No Place To Hide”, apesar de não ter sido lançado no exterior, está disponível para venda nos principais sites internacionais, tais como Amazon, CDBaby, Emusic. No Brasil, a venda online está disponível na loja virtual da Die Hard Records.
Vocês já têm músicas prontas para o próximo
cd? Quantas? Alguma novidade em termos de sonoridade?
Temos algumas que já estamos trabalhando. Umas
dez ideias bem adiantadas. Por enquanto estamos trazendo de volta o lado “prog
anos 70”
dos álbuns anteriores, mas com refrões bem marcantes na linha do último álbum
“No Place To Hide”.
Por favor, fique a vontade para deixar qualquer
mensagem que queira aos leitores.
Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pelo brilhante trabalho de divulgação do rock/metal através do Brazil Rock Melody. Gostaria também de
agradecer a todos os fãs da banda que estão comparecendo em peso aos nossos
shows, divulgando a banda como podem, fazendo o boca a boca mesmo, compartilhando
nossos vídeo-clipes e interagindo com a banda por meio das redes sociais. Obrigado !!!
Acompanhem o SANTAREM através dos canais oficiais:
Site: www.santarem.art.br
Facebook:
www.facebook.com/SantaremOficial
Youtube: www.youtube.com/SantaremOficial
Soundcloud:
www.soundcloud.com/SantaremOficial
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