Encerrando a série de entrevistas Brazillian Rockers, com músicos brasileiros que estão se destacando no cenário nacional e internacional, trazemos o músico B.J., hoje tecladista/guitarrista e também fazendo com muita competência os back vocals da banda de JEFF SCOTT SOTO, além de vocalista da banda brasileira TEMPESTT.
B.J. falou sobre a recente tour com Jeff, o novo cd do TEMPESTT, além de seus planos para gravar um álbum de AOR. Espero que gostem! (Denis Freitas)
ENTREVISTA
Como foi a turnê pela Europa com o JEFF SCOTT SOTO? Quais foram os momentos mais marcantes?
Foi
sensacional! Essa foi a maior que fizemos até agora, foram 23 shows em quase 40
dias, foi uma experiência muito gratificante. Tivemos muitos momentos
marcantes, mas pra mim particularmente um dos mais especiais foi no Hell AOR festival na Inglaterra quando
o Kip Winger me chamou para cantar
com ele a música "Down Incognito",
que eu gravei em meu CD acústico. Ele gostou muito da minha versão e me disse
que seria muito legal se a fizéssemos juntos, e aconteceu! Foi realmente
inesquecível ter cantado com ele no festival. Já havíamos cantado juntos outras
vezes, mas essa foi especial. Na sequência, logo apos ter cantado com o Kip, fui surpreendido com Danny Vaughn do TYKETTO vir falar comigo sobre a jam com o Kip e, claro que dei meu
cd pra ele também, pois inclusive ele é um dos homenageados em meu “Acoustic Heroes”. E claro que estar com
Jeff Scott Soto no palco é sempre
marcante, aprendo muito a cada show, ele, além de um ídolo, é um grande amigo e
sem dúvida um dos maiores cantores do Rock mundial e pra mim é um privilégio
estar em sua banda.
B.J. com Kip Winger |
Essa é
a banda oficial desde 2009, quando o Jeff mudou o line up no fim de 2008. Com
certeza ele foi muito feliz nas escolhas, nos entrosamos de cara logo no
primeiro ensaio.... Desde então somos a banda oficial e a última tour realizada
aqui no Brasil foram 8 shows em Setembro de 2012, como sempre com os shows
lotados! Jeff é muito popular aqui e tendo 2 brasileiros na banda sempre é
especial para o público no Brasil.
Ainda sobre a mini-tour no Brasil... Tive a
oportunidade de ver um dos shows no interior de São Paulo e ainda percebo alguns
problemas na organização e estrutura das casas, mesmo que as coisas tenham
melhorado ao longo do tempo. Qual sua opinião? E como é a situação das casas de
shows na Europa?
Esse é um assunto bem delicado... Como você disse, as coisas melhoraram um pouco, mas ainda falta muito!! Falta os promotores locais entenderem as necessidades do artista, respeitar os riders de som e luz, camarim, etc. Esse lado profissional ainda está muito lento por aqui, mas claro que não estou generalizando, em muitos lugares tudo isso foi respeitado de forma perfeita, mas em outros surpreendentemente não chegaram nem perto, e isso faz diferença! Na Europa é bem diferente. Lá, os caras respeitam tudo isso e muito mais, o respeito com o artista vem em primeiro lugar, sempre foi assim em todas as minhas tours por lá, com Jeff e com o TEMPESTT.
Você também gravou o DVD “One Night in
Madrid” com o Jeff. Já havia passado por sua cabeça que um dia iria gravar um
DVD com um cantor como Jeff Scott Soto? Ficou bastante nervoso no dia da
gravação?
Boa
pergunta! É uma coisa doida isso, às vezes olho pra trás e vejo que conquistei
muita coisa! Só tenho a agradecer a Deus por tudo isso! Esse DVD é um dos meus
maiores orgulhos na vida, o show foi impecável! A vibe, o som, o público, tudo!
A banda já estava muito entrosada porque o Jeff pensou em marcar o show de
Madrid no final da tour, justamente para que a banda estivesse bem solta e
segura para a gravação E claro que o friozinho na barriga sempre existe,
principalmente por ser o meu primeiro DVD ao vivo com o Jeff, foi fantástico!
DVD One Night in Madrid - "Eyes of Love"
Com o Jeff você tem a oportunidade de
cantar, tocar teclado e guitarra. Não dá para dizer que ele não é generoso,
certo?
Não
tenho do que reclamar (risos)! Ele é muito generoso sim e ele pensa diferente,
gosta de explorar os talentos que tem em sua banda. Ele mesmo diz: “Adoro
mostrar para o público que em minha banda todos tocam e cantam”, ele pensa que
só tem a ganhar mostrando que sua banda é muito boa musicalmente. Só tenho a
agradecer a ele por isso! Mas sempre que faço isso, ele me fala que eu mereço
muito! Isso só me motiva e vejo que todos os dias em que apostei na minha
carreira valeram a pena!
Qual é sua situação atual com a banda? Você é membro permanente?
Sou
membro permanente sim, juntamente com Edu Cominato, Jorge Salan e Fernando
Mainer desde 2009.
Perguntei para o Edu, em entrevista
recente, o porquê do cd do TEMPESTT soar mais metal melódico e prog, sendo que
vocês faziam covers de bandas mais hard rock e aor. Ele me explicou e eu até
disse a ele que fiquei um pouco decepcionado quando lançaram o cd, pois eu
esperava algo mais hard ou melodic rock. Você inclusive fez seu cd acústico
cantando músicas de grandes bandas hard / aor. Você nunca pensou em fazer a
música do TEMPESTT de outra forma? E, se não fizer com o TEMPESTT, pretende ainda fazer algo nessa linha?
Velho, já ouvi bastante isso, mas o que
faz o TEMPESTT ser diferente é
exatamente isso... Mas sim, com certeza gostaria de gravar um CD de AOR Melodic
Rock em minha carreira e esse projeto já está em andamento. Em 2011 fui cotado
e fiz audições pra entrar em uma banda de AOR que acho que você conhece, o GOTTHARD, recebi até um abraço e os
parabéns do Leo Leoni, que me disse
que eu cheguei muuuuuito perto, mas não rolou. Agora estamos trabalhando duro
no CD novo do TEMPESTT, no qual
decidimos fazer toda a pré-produção novamente, por isso está demorando tanto!! (risos)
O detalhe é que o CD já estava gravado.
Como nasceu a ideia de gravar o álbum “Acoustic
Heroes” ?
Surgiu de um desejo de homenagear os meus heróis, simples assim! E também sabia que o público que acompanha minha carreira adoraria me ouvir fazendo isso, pois já fiz um projeto desses um tempo atrás tocando juntamente com meu parceiro de TEMPESTT, Leo Mancini, e era muito divertido.
Esse CD já rendeu elogios de pelo menos uns 4 dos meus heróis homenageados, o
que já me faz ter certeza que gravarei outro com certeza! Fui um pouco egoísta
na escolha do repertório, mas isso funcionou, pois acabei escolhendo músicas
que o público não esperava. Tentei fugir um pouco dos ¨hits¨ e acho que ficou
legal.
Você pode contar brevemente como começou na música? Ser músico, principalmente de rock, no Brasil é muito difícil. Você já pensou alguma vez em desistir?
Cara, resumindo bastante, comecei a tocar profissionalmente com 17 anos em uma banda chamada THE PILLS, que inclusive teve um cd em gravadora grande e clipe na MTV. Depois também toquei em várias bandas do cenário paulistano como “SKYSCRAPER”, “HENCEFORTH”, até chegar no TEMPESTT, que é a banda que eu formei juntamente com Edu Cominato, Leo Mancini e Paulo Soza e que estou até hoje, juntamente com a JSS band. Se pensei em desistir... Já pensei em desistir sim! No nosso país, a música não é cultura, mas sim só entretenimento, por isso falta espaço, principalmente no rock. A tv e o rádio estão banalizados, sem o menor senso e a grande massa se rende a isso. Não consigo acreditar, por exemplo, que a Fernanda Takai é uma das cantoras de rock mais respeitadas no país... Isso não pode ser sério!! Mas acontece por aqui... É duro tentar fazer música de qualidade e a mídia não dar a mínima. Triste a situação atual do Rock e do Heavy Metal no Brasil. Quem sabe agora com essas manifestações, as coisas melhorem um pouco pra cultura nesse país.
Quais são os planos para 2013 e 2014?
Como já disse, estamos em uma nova pré-produção do CD novo do TEMPESTT, mas está indo bem rápido, estamos mudando algumas coisas, trabalhando bastante, mas já com tudo bem encaminhado. Esperamos lançar agora no segundo semestre. Já temos inclusive shows marcados, um deles no Sul em um grande festival no fim do ano juntamente com Tim Ripper Owens, que posso adiantar que estará no novo cd do TEMPESTT cantando comigo em uma das faixas. Em 2014 o Jeff fará 30 anos de carreira, então os fãs terão um show especial, podem ter certeza! Eu gostaria também de gravar o segundo “Acoustic Heroes” ainda este ano ou no começo de 2014. E claro, o projeto de AOR com certeza está sendo estudado com muito carinho, isso é um dos meus objetivos também em 2014. Grande abraço!! Keep on Rockin!
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