Após meses tentando e uma certa dificuldade, finalmente consegui trazer uma entrevista com este grande produtor (ganhador do prêmio Grammy), músico e, acima de tudo, impressionante cantor, tendo já sido vocalista do KANSAS nos anos 80, com quem gravou a clássica "Play The Game Tonight", entre outras músicas que entraram para a história do rock. John acaba de lançar o álbum solo "On My Way to The Sun", mais um fantástico trabalho que com certeza ficará entre os melhores do ano. Confesso que eu gostaria de mais detalhes em algumas respostas, mas é uma honra ter John falando especialmente para o BRM e para o Brasil. Espero que gostem! (Denis Freitas)
ENTREVISTA
Primeiramente, parabéns pelo novo álbum "On My Way To The Sun", mais um excelente álbum com produção de primeira. Você acha que, estilisticamente, o álbum está muito longe do último trabalho seu com o MASTEDON, "Revolution of Mind"? Além disso, ele soa mais pesado do que seus álbuns solo. Por que não foi chamado de MASTEDON?
Sem a presença de Dave Amato e Dino Elefante eu não acredito que esse possa ser um projeto MASTEDON. "On My Way To The Sun" é um pouco mais pesado do que meus últimos álbuns solo porque sem as limitações de uma gravadora ditando de alguma forma o clima geral do disco, eu me senti livre para fazer o disco exatamente como queria fazer.
A capa do álbum parece vir da década de 70. Além disso, muitas vezes, o som tem um clima de rock anos 70. Foi algum tipo de homenagem à época?
De certa forma sim e houve um grande desejo de não ter a minha imagem ocupando a capa inteira, eu também queria muita cor no disco, principalmente amarelo para denotar "The Sun".
A faixa "This Time" tem um clima "BEATLES" ou britânico. Quanto você foi influenciado pelo rock britânico?
Sim, muito, a música também é vagamente baseada em minha filha adotiva.
Ouça "Where Have The Good Old Days Gone" do novo álbum
Ouça "Where Have The Good Old Days Gone" do novo álbum
Agora, sobre o último álbum do MASTEDON, "Revolution of Mind". Recebeu ótimas críticas em todo o mundo... Um feedback tão positivo te motiva mais para continuar a fazer música como você fez agora, com o novo álbum?
Não, realmente não, eu tento não deixar os críticos ditarem o que eu faço.
A última música em Revolution of Mind, "That's What You Do When You Love Someone" fecha o álbum com muita categoria, combinando um som mais pesado e mais atualizado com grandes melodias e belas letras. Você acha que irá fazer mais esse tipo de música no futuro, mais pesada e moderna? Sobre as letras, foi algo pessoal?
Sim, Jesus normalmente é sempre o tema da minha escrita, eu não posso dizer que vou escrever mais um álbum como Revolution of Mind, pois a medida em que cresço na vida, cresço musicalmente, então eu acho que eu sou um artista em constante mutação, não tento fazer a mesma coisa duas vezes!
Ouça "That's What You Do" do MASTEDON (Revolution of Mind ou "3")
Você tinha cerca de 23 anos de idade quando fez o teste para o KANSAS, que eram gigantes na época. Seus amigos acreditaram quando você disse que você tinha conseguido entrar para a banda?
Foi uma das maiores experiências da minha vida, mas ainda maior anos depois que tudo acabou. KANSAS abriu portas para mim que eu nunca poderia ter aberto, embora fosse Deus que tinha o plano perfeitamente estabelecido para mim. E sim, a maioria dos meus amigos acreditou porque a maioria deles me incentivou a tentar. Eu fui o único que duvidava que eu jamais iria conseguir a vaga.
John Elefante com o KANSAS (último à direita) |
Eu fiz o teste primeiramente com uma fita demo que continha três músicas que entraram para o disco (NOTA: o disco é "Vinyl Confessions" de 82 - um "discaço" com o clássico "Play The Game Tonight" - ver abaixo), bem como a música "Borderline". Sim, eu ouvi que Sammy fez o teste, mas eu realmente acredito que era a vontade de Deus que eu conseguisse a vaga.
KANSAS - "Play The Game Tonight"
Seus dois primeiros álbuns com o MASTEDON já combinavam bastante melodia com guitarras pesadas. Mas agora, em seus dois últimos álbuns, você usou violinos em algumas faixas e, em geral, as músicas têm o clima prog rock do Kansas. O "estilo" KANSAS " é a maior influência sobre você como compositor?
Você tem que lembrar que os 2 primeiros registros do MASTEDON continham a participação de muitos músicos e cantores, é uma tempestade perfeita de artistas e cantores que se juntaram, ainda que Dino e eu escrevemos o material, aquele lugar e tempo nunca poderia ser replicado novamente. O estilo tipo prog-KANSAS tem sido uma parte de meu modo de compor, mesmo antes da minha entrada para a banda eles já eram uma grande influência para mim, assim como GENESIS, YES, PINK FLOYD, e muitos outros também.
Você tem que lembrar que os 2 primeiros registros do MASTEDON continham a participação de muitos músicos e cantores, é uma tempestade perfeita de artistas e cantores que se juntaram, ainda que Dino e eu escrevemos o material, aquele lugar e tempo nunca poderia ser replicado novamente. O estilo tipo prog-KANSAS tem sido uma parte de meu modo de compor, mesmo antes da minha entrada para a banda eles já eram uma grande influência para mim, assim como GENESIS, YES, PINK FLOYD, e muitos outros também.
Existem muitos vídeos no YouTube com apresentações suas ao vivo, mas você não parece querer montar uma banda e sair em turnê e também tem o seu trabalho como produtor. Você não sente vontade de ter uma banda?
ABSOLUTAMENTE! Eu prefiro muito mais fazer um show com uma banda completa, mas é muito caro. Quando eu recebo uma chamada para trazer minha banda e realizar minhas músicas que eu escrevi ao longo dos anos, eu estou lá!
Você já trabalhou com algum músico brasileiro? Qual é o tipo de música e bandas que você ouve hoje em dia?
Eu nunca trabalhei com alguém do Brasil, não por escolha, apenas ainda não trabalhei. Para mim não importa de onde alguém é, se é bom, eu estou dentro. Eu nunca fui ao Brasil. Eu ainda ouço muito rock clássico, mas quando eu quero relaxar, escuto jazz progressivo e clássico.
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Muito boa entrevista!!!
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