Tenho certeza que muitos fãs brasileiros esperavam há muito tempo ver uma entrevista com o TEN por aqui. Seu vocalista e líder Gary Hughes é um excelente compositor e sempre soube combinar peso e melodia em suas composições, fazendo do TEN uma banda com sonoridade única, soando ora mais hard/aor, ora mais metal. Gary Hughes foi muito simpático e proporcionou uma entrevista com bastante detalhes, na qual comentamos algumas faixas do último álbum da banda, "Heresy and Creed", lançado no ano passado, entre outros assuntos. Espero que gostem! (Denis Freitas)
ENTREVISTA
"Heresy and Creed",
lançado no ano passado, é um álbum bastante consistente.
Ficou satisfeito com os resultados e
repercussão?
Sim, eu fiquei realmente satisfeito
com “Heresy and Creed”, nós trabalhamos muito duro
para produzir o melhor álbum possível e eu acho que ele mostra no
resultado final. Seu antecessor 'Stormwarning' também
foi um disco com o qual fiquei
feliz, mas H & C tem mais uma
sensação de banda. A banda tornou-se
uma verdadeira e sólida unidade quando saímos
em turnê em 2011 e acho que isso
aparece no álbum. Dan deixou sua marca pessoal em todas as faixas, mas a banda toda tocou
brilhantemente e estão
bem orgulhosos de suas contribuições.
O álbum também recebeu algumas excelentes críticas da imprensa da música e, como resultado, estamos agora recebendo propostas para tocar em grandes
festivais na Europa e vamos gravar
um DVD ao vivo para lançamento em 2014. Então, sim, o futuro parece bom.
Em Heresy and Creed, a faixa
"Gunrunning" tem ótimos riffs de guitarra, quem a escreveu?
“Gunrunning” é uma favorita particular da banda e nós adoramos tocá-la ao vivo,
tem alguns grandes riffs como você justamente salientou. Na verdade, é a
segunda música quando tocamos ao vivo, a que abre é "Arabian
Knights". A música foi escrita por mim, assim como foram todas as faixas
de "Heresy and Creed".
"Gunrunning" vídeo oficial
As guitarras no álbum soam ótimas! Você
realmente tem a capacidade de encontrar grandes guitarristas. Quanto Dan
Mitchell contribuiu para as músicas? Ele é muito habilidoso e criativo. Como
ele se tornou um membro da banda?
Sim, eu concordo, Dan é um guitarrista técnico fantástico, que primeiramente me
chamou a atenção quando eu gravei sua banda (Dime Store) uns anos atrás. Eu o
guardei em mente e quando surgiu a oportunidade para uma vaga no TEN, ele foi
convidado para fazer um teste junto com uma série de outros candidatos. Dan foi
de longe o mais completo de todos os candidatos e você pode ouvir os resultados
de suas contribuições em "Heresy and Creed".
Vocês tocam “Raven’s Eye” ao vivo? Deve ser um
pouco difícil devido aos back
vocals e trabalho de violão,
por outro lado, deve soar grandiosa em
um show ...
Sim, tocamos '"Raven's Eye" ao vivo no
ano passado, quando tocamos em Madrid,
Espanha. Os caras que estão na
banda são mais do que capazes de
reproduzir qualquer música do álbum ao vivo. Nós somos um
grupo de seis, incluindo duas guitarras e teclados, então não é um problema fazer todas as várias partes necessárias para
executar as faixas ao vivo.
No passado eu também
contribuí tocando guitarra ao vivo (elétrica e acústica), então
conseguimos cobrir todas as bases quando tocamos.
"Insatiable" é outra faixa que também tem um grande trabalho de guitarras. No pré-refrão elas soam como "IRON MAIDEN" – bem heavy metal
britânico, você concorda?
Sim,
“Insatiable” realmente detona no álbum e eu fico feliz por ser comparado a uma grande banda britânica de rock como IRON MAIDEN. Eu acho inevitável que bandas
do mesmo país compartilhem estilos e atitudes semelhantes ao escrever e
realizar seu material.
"Another Rainy Day" é muito
bonita, tem um refrão bem marcante. Os teclados são o destaque na música, principalmente antes do solo de
guitarra, foi ideia de Darrel?
Sim, é uma música da qual fiquei muito
orgulhoso e nós já a tocamos ao vivo no ano passado na Espanha. O solo de
teclado antes da guitarra é tudo ideia de Darrel e funcionou muito bem no
contexto da música. Darrel, sem dúvida, é o melhor tecladista que já tivemos no
TEN e faixas como esta mostram realmente do que ele é capaz.
"Another Rainy Day"
Diferentemente da
maioria dos artistas, que começam com uma banda e, em seguida, seguem em
carreira solo, você começou sua carreira como artista solo. Além disso, seu primeiro álbum foi lançado
pelo selo Polygram na Alemanha / Noruega, como isso tudo aconteceu?
Foi apenas a maneira que funcionou para mim. O empresário que eu tinha naquela época queria me promover como um artista solo e foi ele quem fez os negócios com a Alemanha e a Noruega. Eu estava feliz com isso, mas eu precisava me apresentar ao vivo e para isso precisava de uma banda, que era algo muito mais confortável para mim. Quando fui gravar o que viria a ser o primeiro disco do TEN, eu ainda era um artista solo. Foi somente quando a gravação progrediu e Vinny Burns e Greg Morgan (ex-DARE) vieram a bordo, que se tornou óbvio que precisávamos de uma identidade de banda e assim o TEN foi formado. Eu sempre fiz os discos solo como GARY HUGHES em paralelo, pois me dá a oportunidade de lançar o material que não é adequado para a banda. Basicamente, eu estou escrevendo o tempo todo e nem tudo é relacionado ao TEN.
Apesar de todas as mudanças de guitarristas na
banda, você ainda consegue manter o estilo de guitarra semelhante nos álbuns. Isso
é porque você é o compositor? Como você escreve? Que instrumentos você toca?
Sim, eu faço todas as composições, então obviamente o meu estilo e ideias vão sair na composição final da canção, não importa quem esteja tocando guitarra. Eu sou um guitarrista e, naturalmente, escrevo a maioria das músicas na guitarra, embora eu possa tocar teclado e bateria.
Ao longo dos anos, o TEN tornou-se cada vez
mais "orquestrado", se comparado com o material mais antigo, que
soava mais Hard Rock / AOR. Foi por isso que Vinny Burns deixou a banda?
Não, isso é um
equívoco comum sobre o início do TEN. Na verdade eu pendia para as composições
mais pesadas e quando Vinny estava na banda ele pendia mais para o AOR, mas ele
tocava bem os dois estilos. Eu não diria que estamos mais orquestrados agora do
que eramos em álbuns anteriores. Nós apenas tentamos manter as coisas frescas
com novas ideias e sons, mas eu acho que a forma básica que abordamos a gravação
é o mesma de sempre. Vinny saiu para seguir sua própria carreira solo, mas
recentemente nós estivemos em conversa e quem sabe podemos até acabar
trabalhando juntos novamente em algum momento no futuro.
Quais são as suas bandas favoritas?
Eu cresci ouvindo todas as bandas clássicas dos anos 70 e 80, por exemplo, DEEP PURPLE, LED ZEPPELIN, RAINBOW, WHITESNAKE, PINK FLOYD, THIN LIZZY, THE EAGLES, a lista não termina. Tenho gostos muito ecléticos e aprecio todos os estilos, basicamente, se é bom é bom.
Por que o TEN ainda não se apresentou no Brasil? Você recebe mensagens de fãs do Brasil? Já tiveram alguma proposta para tocar aqui? Quais bandas você conhece do Brasil?
Boa pergunta. Nós absolutamente adoraríamos tocar no Brasil, mas nunca nos foi oferecida a oportunidade, mas se houver promotores interessados, nós ficaríamos mais do que felizes em falar com eles. Quanto às bandas brasileiras, bem, obviamente tem o SEPULTURA, mas nós realmente não conseguimos ouvir muitas das suas bandas aqui no Reino Unido. É algo que eu vou ter que melhorar e conferir a cena rock de vocês. Nos perguntam de todas as partes do globo, incluindo o Brasil, quando e se podemos tocar. Como eu disse antes, se houver oportunidade, estaremos lá como um tiro.
Onde você mora? O que você gosta de fazer no seu tempo livre? Você é um grande fã de filmes e livros? Suas letras passam essa impressão ...
Eu vivo no Reino Unido em uma cidade costeira chamada Blackpool. Quando eu tenho tempo livre eu gosto de ir ver jogar o meu time de futebol favorito Manchester United, em Old Trafford. Eu também passo o maior tempo possível com os meus dois filhos Scott e Hayley. Sim, eu sou um grande fã de filmes, Sci-Fi e livros e eu tenho bastante inspiração neles, mas eu também consigo ideias de muitas outras fontes. Por exemplo, a ideia para a faixa 'Raven's Eye' surgiu para mim quando eu estava andando e passei a observar um corvo em um parque local. Olhando em seus olhos fixos frios me fez pensar como seria o mundo do ponto de vista de um corvo.
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